POLÍTICA DO ESTADO – Santa Catarina vive uma trama política de altas apostas para 2026: enquanto o PL costura uma aliança cada vez mais forte com o MDB, o seu parceiro histórico, o PP, parece ficar de fora de decisões centrais.
Nas redes sociais, a deputada federal Caroline de Toni (PL) tem cobrado com veemência uma vaga ao Senado. A pressão dela junto ao partido é clara: se não for indicada como candidata, ameaça romper. Por outro lado, o governador Jorginho Mello (PL) está em um dilema — precisa acomodar as ambições de Carol, mas vem de compromissos assumidos com suas lideranças políticas mais próximas.
No centro desse embate está o nome de Esperidião Amin (PP), senador e figura tradicional da base da direita catarinense. Para a maioria, ele é o “rei” ideal na chapa majoritária. Já Carol, com apoio expressivo da militância bolsonarista, aparece como a “rainha” desejada. Mas essa dupla pode ser apenas um sonho distante.
Fontes políticas indicam que o PL, pressionado por acordos com o “líder da Direita”, teria garantido a Carlos Bolsonaro uma candidatura ao Senado. Se isso realmente se concretizar, ele passaria a ocupar o lugar de “valete” nesse jogo de cartas — enquanto Jorginho regrava alianças para manter o MDB por perto e manter a base governista unida.
Enquanto isso, pesquisas realizadas através dos canais de imprensa local reforçam o peso dessa disputa. “Um levantamento da Neokemp mostra Jorginho liderando nas intenções para o governo de SC, com aprovação de quase 57%.
No Senado, Carol de Toni (PL) aparece com cerca de 18,5%, tecnicamente empatada com Amin (PP), que marca 15,9%, segundo esse mesmo estudo.
Outra pesquisa aponta que o PL poderia até chegar a uma “dobradinha” no Senado com Carlos Bolsonaro e Carol de Toni.
Política do Estado de Santa Catarina acende indecisões
Se o PL decidir apostar numa “chapa limpa” — sem o PP — e fizer valer o projeto defendido por Carol e Carlos (“rainha e valete”), colocará Amin em uma posição difícil: ou alia-se ao concorrente João Rodrigues (PSD) ou corre o risco de ver os espaços de poder da direita catarinense se redistribuírem”.
Esse reposicionamento político tem um impacto potencial muito grande para Santa Catarina. Se o PP for de fato deixado de lado, pode haver brecha para a esquerda explorar, e a estabilidade da base conservadora se coloca sob risco. Alguns analistas já tratam essa articulação como “a jogada de todos os acertos ou erros” para o governador Jorginho, que hoje conduz o jogo.
Em suma, o PL parece confiante de que domina o cenário — mas suas alianças complexas e os descontroles internos (como a insatisfação de Carol) podem redesenhar o tabuleiro eleitoral catarinense. O grande desafio será equilibrar os compromissos com o MDB, a lealdade bolsonarista e as ambições individuais sem provocar fissuras irreversíveis.
Por: Agnaldo Silva – Jornalista @RSBTV.OFICIAL